Minha foto
São Paulo, SP, Brazil
http://luanarabelo.tumblr.com/

sábado, abril 28, 2012

certeza

Temos tanta certeza do futuro que esquecemos das certezas do presente. A iminência do fim do presente e a chegada de um futuro próximo faz esse presente, aqui, se torne uma longa espera e não mais o presente. Se torna passado, sendo presente. Essas certezas então não existiam, caso contrário, elas iriam ser presente, sendo o futuro próximo.

segunda-feira, abril 02, 2012

Hábito

Deixarei alguns textos antigos. Acho a própria conotação auto-explicativa, para a quantidade que restou deles por aqui. 
Voltei a ver telejornal, engraçado que, foi pelo mesmo motivo que parei: o filtro das notícias. Antes achava que na internet veria muito mais notícias, num período mais curto, com uma relevância maior. A teoria é bonita, a prática não funciona: as propagandas funcionam, os vídeos também, os blogs então.. e o que menos faço é ler conteúdo de alta relevância, portanto, o antigo hábito regressa. Retornou também o de desativar a conta do Facebook pra me desconectar de informações sociais desnecessárias dos outros e de mim mesma. É uma decisão drástica, mas funciona. Saber selecionar informações é um bom recurso. Pisar no freio e ter a possibilidade de digestão de algo suculento, é bem melhor que tentar acompanhar o volume de publicações de todas as literaturas do mundo, contemporâneas ou não. Estar conectado com o mundo interno é mais importante. As grandes mudanças sociais, e principalmente as individuais surgem quando estamos insatisfeitos. Que ela seja então, uma centelha. E não mais um peso. E que venha, pra ontem, logo, já

calço, descaso

Eu não contei nos dedos, mas haviam mais de dez anos que eu não entrava nele. Foi meu quintal de aventuras. Passei minha infância inteira saindo escondida de casa pra ir naquele supermercado. Me deparei com cada gôndola, que me trazia uma Luana, uma idade, uma criança que quanto mais crescia, menos adulta ficava.
Mas a gente se mudou, esqueceu aquelas gôndolas, a caixa, a sessão do Primadonna, a rua estreita e perigosa. E hoje eu achei ela por lá, com uma blusa de meia do Pernalonga de dois números maiores, meio masculina, implorando por mais umas caixas de cereal no supermercado do mês. Uma foto traz lembranças à tona, mas o lugar, mal conservado e no caso, intacto, os mesmos funcionários, resgata o que anos de terapia deveriam.