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terça-feira, setembro 06, 2011

Todo desejo nasce de uma falta

Desejar mais do que o momento gera garantia de infelicidade. Se admitirmos isso, é possível nos contentarmos mais com a vida, alegrarmos e nos sentirmos mais gratos com que já temos. Não se trata de suprir o desejo, mas de transformá-lo: de desejar um pouco menos aquilo que nos falta e um pouco mais aquilo que temos; de desejar um pouco menos o que não depende de nós e um pouco mais aquilo que depende. Todo desejo nasce de uma falta, de um estado ou condição que nos satisfaz: portanto, enquanto não for satisfeito, ele nada mais é, senão sofrimento.
O que eu pretendo dizer é, mais ação e menos expectativa; Porque ao colocar o desejo de satisfação no futuro, nos deslocamos do presente e aumentamos nossas angustias, o ciclo vicioso. Vivemos continuamente na dimensão do projeto, correndo atrás de objetos, colocados num futuro mais ou menos distante, e pensamos, ilusão suprema, que nossa felicidade depende da realização concreta de fins grandiosos! Pouco importa o que estabelecemos para nos mesmos em quatro meses ou ano que vem. Nenhuma satisfação é duradoura, ela é o ponto de partida para novos desejos e as vezes esquecemos das primeiras, como crianças que desinteressam do brinquedo no dia seguinte ao Natal.  
É necessário aceitar a vida como ela é, e reconciliar-se consigo mesmo. A finalização é sem escape: a felicidade está dentro de nós, e não fora, no outro, no futuro, em universos paralelos, em sonhos, ou em outras circunstâncias. Ao constatar isso, fica bem mais fácil nos livrarmos das formas de sofrimento ocasionados pela  fata que a nossa cultura fragmentária e individualista traz. Somos responsáveis pela escassez que nos aflige. Não nascemos sábios, nos tornamos. E que esta portanto, guie o caminho desse sentimento de vazio.